A Igreja do Nazareno em Cabo Verde celebrou 120 anos da sua existência! Sob a liderança do Superintendente-Geral, Dr. Eugénio Duarte, recordámos o passado, analisámos o presente e perspectivamos o futuro. O epicentro das comemorações foi a Ilha da Brava.
Em 1901, João José Dias, um cabo-verdiano que emigrou para os Estados Unidos de América, regressou à sua terra natal, a ilha Brava, em Cabo Verde, para partilhar a mensagem da salvação. Hoje, a partir do pequeno templo de Achada Furna, o primeiro da Igreja do Nazareno em África, a denominação está presente em 44 países africanos.
Graças ao ministério iniciado por João José Dias, são 120 anos de influência benéfica da Igreja do Nazareno para a nação cabo-verdiana. Existe uma rua com o seu nome na capital da Ilha Brava (Nova Sintra).
As celebrações começaram no dia 6 de Novembro com uma sessão de reflexão (A Igreja ontem e hoje) na Ribeira Grande de Santiago, Património da Humanidade, dirigida pelo Rev. Delfino Ferreira.
No dia seguinte realizou-se um culto devocional no Auditório Nacional da Praia, capital de Cabo Verde. O Dr. Duarte, cabo-verdiano e natural da Brava, desafiou-nos a mantermo-nos puros e a viver de acordo com o lema e estandarte da denominação, “Santidade ao Senhor.”
Também estiveram presentes o Presidente da República cessante, Dr. Jorge Carlos Fonseca, e o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Dr. Lourenço Lopes, em representação do Primeiro-Ministro, Dr. Ulisses Correia e Silva.
Na ilha onde tudo começou, foi com grande satisfação que o nosso Diretor Regional, Dr. Daniel A.K.L Gomis, visitou o pequeno templo em Ponta Achada – a “raiz da santidade em África.” Ele reconheceu dizendo: “Sou um produto da Igreja do Nazareno em Cabo Verde. Porque, quando me tornei crente, o meu pastor era Antero Fontes, um diplomata cabo-verdiano em Dacar, que também era pastor.”
De acordo com o Dr. Gomis, a Igreja do Nazareno em África não foi apenas influente no passado, mas essa influência continua com o Dr. Duarte, que serviu como missionário, ocupou vários cargos na estrutura da Igreja do Nazareno no continente, e hoje serve como Superintendente Geral.
Hoje existem missionários cabo-verdianos no Senegal, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Angola. A expectativa, afirma o Dr. Gomis, “é que as novas gerações de nazarenos cabo-verdianos também façam parte das missões de Deus em África.” Um desejo ecoado pelo Superintendente da Igreja do Nazareno do Distrito Sul em Cabo Verde.
Segundo o Rev. David Araújo, “Devido à posição geoestratégica de Cabo Verde e ao desejo dos cabo-verdianos de emigrarem, estamos em condições de levar o Evangelho a vários outros países, nomeadamente os africanos. Devemos, portanto, investir na formação de mais missionários.”
Por seu turno, o Dr. Duarte reconheceu que, no passado, a comunicação da Igreja do Nazareno em Cabo Verde com o resto do continente africano não era assim tão eficiente: “No início, éramos um hub, assim como Eswatini (Suazilândia) para a África Austral, mas não nos comunicávamos adequadamente. Hoje a nossa conexão está melhor, fazemos parte de uma região africana com privilégios, então a nossa responsabilidade agora é de fazer melhor.”
O que começou há 120 anos nas Ilhas de Cabo Verde transformou um continente! Estamos confiantes no futuro da Igreja, mantendo-nos fiéis à sua missão de fazer discípulos à semelhança de Cristo em África e além!